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Headhunters estão à caça de profissionais com grandes talentos

 Por: Luana Souza

 

Profissionais de gabarito, com perfis de excelência e experiência em cargos executivos. São estes que estão na mira dos caça-talentos, os chamados headhunters, que  tem em mãos as grandes vagas para gerência, executivo, diretoria e até presidência – cargos destinados a profissionais diferenciados, que tenham vivência de mercado.

 

Enquanto isso, as oportunidades mais simples, como as que são divulgadas em jornais, em bancos de dados das empresas e outros lugares mais comuns, ficaram por conta dos tradicionais métodos de recrutamento e seleção.

 

Qualquer profissional graduado pode ser um headhunter. A empresa é quem vai determinar a área das maiores contratações para que um hunter seja admitido. Ele precisa entender com total segurança da área que irá trabalhar.

 

Em outra etapa do processo, como a de avaliação comportamental do candidato, os psicólogos e administradores especializados em RH se destacam por conta do conhecimento na técnica. 

 

“O headhunter não precisa ter formação específica. Ele é um recrutador mais selecionado e diferente dos recrutadores de massa. Ele precisa ter um excelente relacionamento de mercado e ser mais do que um simples entrevistador. É ele quem faz a sondagem, observação, identificação do profissional e a colocação dele no auge do mercado”.

 

Para Celso Georgief, contabilista e headhunter da empresa Agnis Consultoria, o caça-talentos é responsável por buscar profissionais através de técnicas e de um perfil desenhado e afinado em conjunto com a empresa. Trazer um profissional desses pode ser um desafio, visto que normalmente ele já está satisfeito com suas posições em alguma outra empresa.

 

“É preciso mapear as empresas onde eles estão e ir em busca para saber quais são as expectativas de carreira, marcar encontros e tentar fazer com que o profissional aceite e se encaixe na proposta”, diz.

 

Já o especialista em marketing da Universidade de Miami, Othamar Gama Filho, consultor em gestão de pessoas e carreiras, da Recruiters Soluções em RH estratégico, de São Paulo, explica que a missão do hunter não é só buscar. Segundo ele, é preciso ter uma ideia do total de empresas concorrentes que serão abordadas, fazer uso da técnica, análise comportamental, participar de todas as etapas da entrevista, analisar bem os currículos, fazer pesquisas de estratégias, conhecer bem a empresa e seus valores, as atribuições do cargo em questão e ajudar o cliente na tomada de decisão, para saber se o candidato tem alguma compatibilidade com o perfil esperado.

 

Para quem procura a profissão, a faixa de remuneração do hunter é a mais variada possível, visto que os profissionais são independentes e trabalham baseados do sistema de pessoa jurídica. Uma exigência das empresas para contratar um headhunters é que eles sejam bem relacionados na higth society e que tenham contato direto com as presidências e diretores das organizações.

 

Especialistas na função garantem que a remuneração vai depender do empenho pessoal do hunter. Quanto mais candidatos alocados, maiores os ganhos. Esse percentual recebido será baseado no valor do salário da vaga pago pela empresa.

 

Carreira está ao alcance de poucos

 

Há quem diga que os hunters já fazem parte da massa de profissionais, visto que centenas de recrutadores já se intitulam no cargo. No entanto, especialistas de grandes empresas alertam para que os candidatos saibam identificar os falsos hunters. Eles afirmam que o cargo ainda faz parte de uma minoria elitista e que devido à grande procura e escassez de executivos, empresas estrangeiras estariam vindo cada vez mais para o Brasil para atender a demanda.

 

De um total de dez talentos abordados por dia pelos caça-talentos, a metade deles são aproveitados e alocados nas empresas de diversos cantos do mundo. Na RH Fácil, o desafio mais recente da empresa foi a contratação de quatro executivos brasileiros para trabalhar em Angola, país que recentemente saiu de uma guerra civil.

 

“Cada executivo nos custou uma média de R$ 5 mil. Avaliamos se eles seriam capazes de se adaptar a um país de cultura totalmente diferente e de viver longe de familiares”, enumera Marcos Simões.

 

A regra é simples: quanto maior o cargo, maior será o custo da alocação dele. No caso de recrutamento para o cargo de presidência em uma empresa, os custos podem chegar a R$ 1 milhão. Os encontros acontecem em almoços caros, campings de golfes e outros pontos frequentados pela elite empresarial.

Para quem quer estar visível aos hunters, a dica é manter total interação nas redes sociais e networking, sendo o Linkeln o mais relevante entre eles. Além disso, os profissionais podem escrever artigos, publicar seus livros, participações em reportagens e fóruns em outros idiomas.

 

De olho nas dicas

 

Othamar explica que o conceito da profissão já vem se modificando ao longo dos últimos 15 anos. As empresas por sua vez querem ter proteção e segurança de que fizeram a escolha certa do profissional, com a praticidade de que o serviço seja realizado pelo hunter de diversos níveis hierárquicos e com trânsito livre entre as grandes empresas. Muitos destes profissionais também trabalham como consultores de carreiras.

 

Uma dica do empresário paulista para quem pretende investir na carreira de hunter é o domínio em network, tecnologias em geral, idiomas e participações de eventos de outras áreas.

 

De acordo com os especialistas do Rio de Janeiro, as áreas de óleo e gás, de construção civil, indústria naval, tecnologia da informação, o ramo de alimentícios, automobilísticos e de serviços bancários são algumas das que mais contratam e de maior concorrência no Estado.

 

É preciso histórico da empresa

 

Para quem for abordado é bom saber que não deverá pagar nada pelo encontro ou pela proposta. O headhunter não é um vendedor de serviços de outplacement, que consiste nas estratégias de recolocação do profissional no mercado. Os especialistas garantem que os valores são cobrados da empresa contratante e que cuidados com as informações passadas devem estar entre as preocupações do candidato para que possíveis golpes possam ser evitados.

 

“Recomendo que o convidado faça uma busca na internet sobre o histórico da empresa, dos comentários de elogios e reclamações”, aconselha Georgief, que aproveita para esclarecer as técnicas do outplacement.

 

Segundo ele, cabem a estes profissionais preparar o currículo perfeito, realizar treinamentos de networking, técnicas de entrevista gravadas em vídeo para que seja dado um feed-back da avaliação e, só então, a prospecção dos currículos. Assim, não há garantia total de empregabilidade.